Sunday, August 06, 2006

Paris- Setembro de 2001

A minha experiência de Paris não foi muita. O meu sentimento em relação às grandes cidades europeias, e em geral, às cidades, é que TEM que se ir, TEM que se conhecer, TEM que se visitar. Perceber a sua história, o seu passado, a sua riqueza, os seus grandes marcos (normalmente, monumentos), mas as suas gentes e a sua cultura actual pouco deverem variar do conceito cosmopolita. Não estou com isso a dizer que não sejam amigavéis, hospitaleiros e que não se possam mesmo criar amigos para a vida, a nossa percepção é que será diferente da de criar amigos, quando precisamos, no meio da aflição, como pode acontecer em outros países. Bem, estamos numa cidade, no caso de Paris, numa capital, em príncipio não morreremos...

Começa a macacada... manas no Geode
Adorei! Os franceses têm um excelente sentido de humor, como há muito vemos nos filmes. A sua interecção, do pouco que vi nas ruas, é hilariante... o porteiro a falar com o recepcionista, convencidos que recebem turistas burros (ou mais do que eles) e que ninguém os entende, o padeiro ensonado a reclamar com o fornecedor. Bem... de rir... De chique, ah, também tem, e muito. A limpeza das ruas (ah, champs elysée...), os sapatos das pessoas que parecem mal vestidas, os acessórios, os cafés, as croassanteries, as lojas, os hotéis, os restaurantes, os jardins bom, Paris, como é Paris! Tal como vemos... Adorei particularmente uma manhã que acordei pelas 5 e tal da manhã e andei a vaguear a pé. A manhã começou com uma neblina e nevoeiro que se dissiparam numa manhã ensolarada, com um céu azul de filme mesmo.

os "adornos" do Sena...
o claustro do Notre DameLouvre
O sena é dos rios mais bonitos que conheço, porque está repleto de adornos: pontes, reflexos, barquinhos que passeiam com música e festa, maratonas de kayaks e sei lá mais o quê que apanhei naquela manhã em que estava tudo menos sozinha... que enchente! O equivalente às corridas da ponte cá.
Bom, antes de mais, o que me levou a Paris, nem foi Paris. Foi a minha paixão pelos macs e pela Apple. Havia (como há todos os anos) uma exposição da Apple, em naquele ano, precisamente pelo 11 de Setembro que hoje conhecemos, foi cancelada... Não havendo retorno do dinheiro fui à mesma, arrastando comigo os meus manos (mana e cunhado). Divertimo-nos imenso, foi mesmo para a macacada. Desde o constante "tout les garçons et les files de mon'age..." ao "onde estás?- Estou NA França". Para acrescentar ainda fomos à EuroDisney debaixo de chuva.

Só não visitei o sacre coeur... Bom, esta frase foi mesmo à turista, mas refiro-me mesmo sob este ponto de vista, que bem conheço... Mais uma ambiguidade. Não conheço bem o ponto de vista do turista que viaja, mas o turista, em conceito, teoria e afins, pela minha formação, naturalmente. De acordo com as bíblias e guias parisienses, pode-se dizer que só não fui ao sacre coeur. O qual me arrependo bastante, pois parece imperdível. Podia acrescentar aqui um bocado de história e cultura e arte, mas parece-me do senso comum. Pouparei isso para locais menos turísticos.
Escusado será disser que é tudo caríssimo. Parece que estamos sempre no aeroporto, ou mais, porque mesmo o supermercados eram "puxaditos"...
A noite, bem a noite é que foi uma decepção. Se aquela gente se apanhasse no lux era a loucura. A noite começa tarde e acaba cedo, ou nem começa, porque aquilo em pleno fim-de-semana estava mortinho, com música assim, assim e a fechar a loja pelas 3... Também pode ter sido dos sítios que fomos. Nem me lembro bem aonde fomos, era perto do Arco do Triunfo (o que é que não é!). Pelo menos passamos por lá, tenho essa sensação...
Ainda bem que li "o Perfume" antes de ir a Paris. Consegui perceber muitas das sensações e cheiros e decididamente que me despertou a curiosidade para o resto do país. As estações de metro têm cheiros muito característicos, muito próprios, cada um diferente. Li algures que inventaram mesmo uma fragância para dissipar os maus odores de algumas estações. Eu acho que faz parte. Uns anos ali a morar e conseguia destingui-los pelos cheiro. Mas são um sítio para se estar, tal como os aeroportos e as estações de combóio- mas creio que é coisa minha, porque adoro ver as pessoas a chegar perdidas, a partir com pressa, a passar, a despedirem-se, a encontrarem-se... São sítios com muito peso emocional, mesmo sem estar relacionado com as pessoas de quem se despedem ou encontram, mas a nível pessoal, as expectativas, as percepções e tudo isso...
Enfim, gostei, gostava de voltar, que mais não seja para assistir à Apple Expo

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