Saturday, August 12, 2006

Porto Seguro- Abril 2004

Precisamente aqui 16º 26'27.44 S 39º 04'10.19 W. Brasil- Salvador da Baía. Eu não queria ir para o Brasil, bati o pé que era sempre a mesma coisa, que os brasileiros eram burros, que havia tanto sítio pelo mesmo preço, como o México, quer tem cultura, história, gastronomia, noite e compras e que Brasil era só praia, e sol, e sol e praia. Fui na minha viagem de finalistas, de fim de curso da faculdade, e o que é verdade é que adorei e que fiquei com uma ideia completamente diferente e voltei de lá com muito, mas muito mais respeito pelo Brasil e pelos nativos. À chegada: imeso calor, céu ligeiramente nebulado, imensa humidade, aeroporto visivelmente pequeno. Havia greve e estivemos imenso tempo numa sala, sem ar-condicionado, à espera que alguém nos carimbasse os passaportes e outras formalidades. Bom, mas foi só à chegada, o resto foi tudo às mil maravilhas. Lá fora esperava-nos uma banda, que tocava e cantava brasileiradas antigas, recepção à turista. Esperavam-nos também os nossos 2 guias: Wilson (guia de dia) e Guilherme (guia da noite), simpatiquíssimos, claro. Fomos transferidos para o hotel, comemos, dormimos. Pelas 4 da manhã já estava a amanhecer com força e com calor. E apartir daí fomos participando nas excursões, nas idas às praias por nossa conta, nos luaus e nas noites preparadas para nós, turistas portugueses... Sempre que saíamos à noite, tínhamos barraquinhas a vender caipirinhas. Como cada noite havia um sítio específico onde a noite ia ser boa, as barraquinhas de caipirinhas eram sempre as mesmas, não importa onde fossemos. Claro, tivemos o nosso amigo fiel das caipiras, sempre o mesmo. E quanto ao nosso guia da noite, ainda o enviamos uma garrafa de vinho do porto, para sua delícia!
as noites de luau e abaixo a àgua de côco geladjinha
Viagem de finalistas, com o nosso grupinho da faculdade, bem se pode imaginar... É mito, os brasileiros não são todos lindo, têm é altos corpos. Não há brasileiros mal feitos nem gordos, pelo menos que visse. Eram um espanto. Não são mal criados: não há caralho (nem sabem dizer quase, porque acentuam bué as vigais), nem paneleiro, nem filho da puta, nbem foda-se... é mais cachorro, safado e tudo mais. Nas ruas, em plena cidade, eles metem-se connosco, sem serem mal educados mas do mais descarado que se possa imaginar, nunca visto, nem nas novelas... estamos a passar e eles vêm na nossa direcção e agarram-se a nós e comeam a dançar "vem dançar gatjinha"... é real... do nada, malta quer é alegria! Também marcou-me muito o Arraial da Ajuda.
Teria ficado lá o tempo todo, aquilo é brutal, super calmo, com bons restaurantes, praias desertas, resorts bons mas discretos, peixe fresco... brutal. Fomos de ferry boat e nesse dia apanhamos uma chuvada de todo o tamanho para o fim da tarde, voltamos num taxi, bom, não era bem um taxi era mais uma carrinha volkswagen, as dos hippies. Nem sabiamos bem no que nos estavamos a meter, mas foi tranquilo. Outra coisa que me lembro bem é da barata que encontramos no nosso quarto, na última noite, que parecia sei que lá que bicho pelo tamanho... Éramos 3 no quarto e àquela hora, só memso ligando para a recepção. Vem o rapazito, cheio de paciência e calma, muito vagaroso e lá mata aquilo. De rir... Depois há o "oi?" em tudo o que é frase que eles não percebam. Faz confusão. De manhã chegávamos à recepção, "bom dia, sabe-me dizer se a Luisa do quarto 123 já deixou aí a chave?", ao que ela responde "oi?!" e nós "oi, tudo bem. Pode-me dizer se a chave do 123 já está aí na recepção"...

Sr. Bruno no seu melhor no Arraial d'Ajuda

Porto Seguro na Paisagem

Do que me arrependo: de não ter ficado mais tempo, de não ter saltado lá (a dropzone ficava a kms de distânica) e de ter apanhado uma tão grande que me impossibilitou de visitar a Praia dos Espelhos no dia a seguir. Mas se não se apnham bubas valentes aos 20 anos, apanha-se quando?
Outra coisa marcante foi um mega almoço, éramos 6 e pedimos picanha (estávamos na terra dela!) com cerveja, imensa, numa esplanada muito simpática e pedimos para sobremesa Manga e eles trazem-nos sumo de Manga... pudera que achem estranho que queiramos só Manga, havia aos montes nas árvores em todo o lado, mesmo no centro da cidade. É verdade... este almoço pagamos bem... 5 euros... a dividir por 6!!!
Mais aventuras: fui mordida por um caniche estúpido, tive que ir à farmácia porque o cão não estava vacinado. Nunca mais faço festas a cães que não gosto, só para parecer simpática... Ah, descobri que nas farmácia vendem gelados...
Enfim, foi espectacular. Gostava de ir ao Rio agora, quer seria mesmo aquela onda de Brasil verdadeiro...

Sunday, August 06, 2006

Ezcaray- Fevereiro 2006

Algures aqui 40°24'49.12"N e aqui 3°43'42.08"W fica Valdezcaray, em La Rioja, Espanha. Tratas-se de uma pequena vila, muito, muito, muito gira, com restaurantes espectaculares, pessoas simpatiquíssimas que não nos tratam como portugueses. Ruazinhas estreitas onde não passam carros com flores, cafés onde não se fuma e se bebe do melhor vinho, restaurantes gourmet, hotéis e hostals estilozíssimos, super pitoresco e com o maior ar de montanha que se pode ter, mas daquele ainda não revelado aos turistas, portanto autêntico. A estância de esqui peca por isso mesmo. Sendo nova, pequena e pouco virada ainda para o turismo dispõe de poucos meios. Não há uma só "tienda" lá em cima para comprarmos sequer um autoclante da estância, só há um café-restauarante que corremos o risco de encher com criançada que para lá vai em excursão aprender a esquiar de calças de ganga, mas com o ar mais "vila" possível.
o circo

A casa
as ruas

A qualidade da neve... bom apesar de ter apanhado um dia que nevou, o "powder" era pouco. Senti falta disso, daquele que nem açucar parece, mas farinha mesmo... Não sei quantos metros de neve havia, mas ainda apanhei bocados com gelo e muitas quedas. Uma delas então, ui, ia partindo o pulso.. Aliás, nem tinha percebido se o tinha feito e acabei por arrastar toda a gente comigo, ao fim do dia para o Hospital de Logroño. Fui atendida por um brasileiro simpátiquíssimo também.
ao fim da 2ª pista fiquei com a cara agarrada ao gelo... vê-se na foto com a mana

O atendimento foi rápido, o hospital era super clean e hospitaleiro. A vantagem do sítio, podia-se inventar um bocado... Havia lá um spot que inventamos uns quantos saltos (e quedas também). Mas como andávamos sempre juntos era sempre de partir o côco a rir. As pistas vermelhas eram as eleitas, muito seguras e com umas curvinhas jeitosas. Largas, com alguns socalcos para uns saltos giros... As pretas, bom, havia uma que era preta por ser estreita e à beira do abismo, porque havia de ter a inclinação de uma verde... Já tenho saudades... Ficamos na casa de uns amigos dos pais do Rui, do meu mano. A casa era um espanto, um espanto mesmo. Cheia de vida, cheia de fotografias e livros antigos. Com lareira, dois pisos, 3 casas de banho, 3 ou 4 quartos, muito cozy e muito propícia a cartadas ao fim do dia com vinho e milho torrado. Que grandes férias...



Éramos 5: os meus manos, o meu primo (primo do meu cunhado, o Pedro) e o David (amigo nosso). De manhã preparavamos sanduxas para o dia. Ao fim do dia passavamos pelo supermercado para fazermos o jantar. E que jantares! Recomendo vivamente. É muito melhor que a Serra da Estrela e mais pequeno que a Serra Nevada. Mas muito mais próximo. Em 4 horas metemo-nos lá.
Jamon, queijos, vinhos...Valdezacaray, se tiver possibilidade, é de repetir. Até ouvi dizer que vão abrir lá um SPA de vinhos...

Paris- Setembro de 2001

A minha experiência de Paris não foi muita. O meu sentimento em relação às grandes cidades europeias, e em geral, às cidades, é que TEM que se ir, TEM que se conhecer, TEM que se visitar. Perceber a sua história, o seu passado, a sua riqueza, os seus grandes marcos (normalmente, monumentos), mas as suas gentes e a sua cultura actual pouco deverem variar do conceito cosmopolita. Não estou com isso a dizer que não sejam amigavéis, hospitaleiros e que não se possam mesmo criar amigos para a vida, a nossa percepção é que será diferente da de criar amigos, quando precisamos, no meio da aflição, como pode acontecer em outros países. Bem, estamos numa cidade, no caso de Paris, numa capital, em príncipio não morreremos...

Começa a macacada... manas no Geode
Adorei! Os franceses têm um excelente sentido de humor, como há muito vemos nos filmes. A sua interecção, do pouco que vi nas ruas, é hilariante... o porteiro a falar com o recepcionista, convencidos que recebem turistas burros (ou mais do que eles) e que ninguém os entende, o padeiro ensonado a reclamar com o fornecedor. Bem... de rir... De chique, ah, também tem, e muito. A limpeza das ruas (ah, champs elysée...), os sapatos das pessoas que parecem mal vestidas, os acessórios, os cafés, as croassanteries, as lojas, os hotéis, os restaurantes, os jardins bom, Paris, como é Paris! Tal como vemos... Adorei particularmente uma manhã que acordei pelas 5 e tal da manhã e andei a vaguear a pé. A manhã começou com uma neblina e nevoeiro que se dissiparam numa manhã ensolarada, com um céu azul de filme mesmo.

os "adornos" do Sena...
o claustro do Notre DameLouvre
O sena é dos rios mais bonitos que conheço, porque está repleto de adornos: pontes, reflexos, barquinhos que passeiam com música e festa, maratonas de kayaks e sei lá mais o quê que apanhei naquela manhã em que estava tudo menos sozinha... que enchente! O equivalente às corridas da ponte cá.
Bom, antes de mais, o que me levou a Paris, nem foi Paris. Foi a minha paixão pelos macs e pela Apple. Havia (como há todos os anos) uma exposição da Apple, em naquele ano, precisamente pelo 11 de Setembro que hoje conhecemos, foi cancelada... Não havendo retorno do dinheiro fui à mesma, arrastando comigo os meus manos (mana e cunhado). Divertimo-nos imenso, foi mesmo para a macacada. Desde o constante "tout les garçons et les files de mon'age..." ao "onde estás?- Estou NA França". Para acrescentar ainda fomos à EuroDisney debaixo de chuva.

Só não visitei o sacre coeur... Bom, esta frase foi mesmo à turista, mas refiro-me mesmo sob este ponto de vista, que bem conheço... Mais uma ambiguidade. Não conheço bem o ponto de vista do turista que viaja, mas o turista, em conceito, teoria e afins, pela minha formação, naturalmente. De acordo com as bíblias e guias parisienses, pode-se dizer que só não fui ao sacre coeur. O qual me arrependo bastante, pois parece imperdível. Podia acrescentar aqui um bocado de história e cultura e arte, mas parece-me do senso comum. Pouparei isso para locais menos turísticos.
Escusado será disser que é tudo caríssimo. Parece que estamos sempre no aeroporto, ou mais, porque mesmo o supermercados eram "puxaditos"...
A noite, bem a noite é que foi uma decepção. Se aquela gente se apanhasse no lux era a loucura. A noite começa tarde e acaba cedo, ou nem começa, porque aquilo em pleno fim-de-semana estava mortinho, com música assim, assim e a fechar a loja pelas 3... Também pode ter sido dos sítios que fomos. Nem me lembro bem aonde fomos, era perto do Arco do Triunfo (o que é que não é!). Pelo menos passamos por lá, tenho essa sensação...
Ainda bem que li "o Perfume" antes de ir a Paris. Consegui perceber muitas das sensações e cheiros e decididamente que me despertou a curiosidade para o resto do país. As estações de metro têm cheiros muito característicos, muito próprios, cada um diferente. Li algures que inventaram mesmo uma fragância para dissipar os maus odores de algumas estações. Eu acho que faz parte. Uns anos ali a morar e conseguia destingui-los pelos cheiro. Mas são um sítio para se estar, tal como os aeroportos e as estações de combóio- mas creio que é coisa minha, porque adoro ver as pessoas a chegar perdidas, a partir com pressa, a passar, a despedirem-se, a encontrarem-se... São sítios com muito peso emocional, mesmo sem estar relacionado com as pessoas de quem se despedem ou encontram, mas a nível pessoal, as expectativas, as percepções e tudo isso...
Enfim, gostei, gostava de voltar, que mais não seja para assistir à Apple Expo